Um artigo direto para você entender o que é vendido pela operadora e o que você obtém ao baixar arquivos da web.
(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Não é raro encontrar pessoas com dúvidas sobre os planos de banda
larga fixa. Em geral, as reclamações e questões surgem por conta das
baixas velocidades fornecidas. De fato, existe grande incoerência sobre
as taxas de download, pois, mesmo contratando um plano de 15 mega, a
velocidade máxima parece ser até 10 vezes inferior ao contratado.
Do ponto de vista do cliente, a lógica é bem simples. Estou pagando
por uma conexão de 10 mega, portanto meu plano permitirá downloads em
uma taxa de 10 mega. Na prática, a história é um pouco diferente, pois
mesmo com uma internet como essa, você vai ver os arquivos baixando a 1
MB/s — ou, às vezes, até bem menos do que isso.
E isso não é uma regra apenas para conexões de alta velocidade, sendo
que o mesmo problema existe para quem contrata um plano de 1 mega, 5
mega ou qualquer outro valor. Mas, afinal, por que isso ocorre? Somos
vítimas de propaganda enganosa? Como posso calcular a velocidade da
minha conexão?
Um probleminha com unidades de medida
Existem diferentes formas de representar o tamanho de um arquivo. Uma
música MP3, por exemplo, pode ter 5 megabytes, 5.120 kilobytes ou
5.242.880 bytes. Esses números representam a mesma coisa, sendo que o
único ponto que realmente se altera é a forma de expressar a grandeza. O
“kilo” representa 1.024 bytes, e o “mega” representa 1.024 kilobytes.
A ideia desses prefixos é facilitar a representação dos tamanhos,
afinal ninguém fala que uma MP3 tem 5 milhões de bytes. Entretanto, no
caso das conexões de internet, esses “megas” parecem dificultar a
compreensão das grandezas.
Isso ocorre porque, em nosso dia a dia, estamos habituados aos bytes.
Ao efetuar um download no Baixaki, por exemplo, seu navegador exibirá a
velocidade em KB/s (kilobytes por segundo) ou MB/s (megabytes por
segundo).
Entretanto, por uma questão de marketing, as operadoras usam os bits
na propaganda e, de certa forma, enganam o consumidor. E qual a
diferença entre um byte e um bit? Bom, o bit é a menor unidade de
informação. Um bit pode assumir os valores 0 e 1, algarismos usados como
base para o sistema binário. Quando colocamos 8 bits juntos, obtemos 1
byte.
Assim, fica fácil compreender que um byte é oito vezes maior que um
bit e que, portanto, o bit é oito vezes menor que o byte. Usando a mesma
música MP3 que citamos anteriormente, ao converter seu tamanho para
bits, obtemos o tamanho total de 41.943.040, que, por sinal, é um número
oito vezes maior que 5.242.880.
A malandragem das operadoras
Assim como os prefixos “giga”, “mega” e “kilo” são aplicáveis aos
bytes, eles também podem ser usados com os bits. Portanto, 1 kilobit
contém 1.024 bits, e 1 megabit é igual a 1.024 kilobits.
Como estamos tratando de matemática pura, a diferença entre 1
megabyte e 1 megabit é a mesma de 1 byte para 1 bit, ou seja, o megabyte
é oito vezes maior do que o megabit, bem como o kilobyte é oito vezes
maior do que o kilobit. A regra vale para o giga, o tera e outros
prefixos.
Dessa forma, fica fácil entender o motivo de você contratar 10 mega e
obter apenas 1 mega. De fato, as operadoras estão vendendo 10 mega,
porém nunca é especificado que esse valor é em bits. A enganação
acontece justamente nessa confusão de unidades.
Nós, consumidores, acreditamos que as conexões são em megabytes, mas,
na verdade, as velocidades contratadas são oito vezes menores,
justamente porque o megabit é oito vezes menor do que o megabyte.
Calculando a velocidade da sua conexão
Agora que você já pegou o macete, fica fácil entender a velocidade da
sua conexão e fazer os devidos cálculos, mas, para não restar dúvidas,
vamos dar um exemplo:
- Jogue na sua calculadora o valor da sua conexão. Caso você tenha contratado um plano de 10 mega, digite 10;
- Depois, use a operação de divisão e divida o 10 por 8;
- Pronto, agora você sabe que a velocidade máxima da sua conexão é de 1,25 megabytes.
Se você contratou um plano de 600 kilobits, basta efetuar o mesmo
processo, mas tenha em mente que o resultado obtido será em kilobyte.
Confira a tabela especial que preparamos para você saber rapidamente
qual é a velocidade máxima de transferência de sua conexão:
Medindo a velocidade máxima da sua conexão
Verificar as taxas de transferência durante os downloads não é um
método eficiente de testes. Normalmente, a velocidade de download oscila
conforme o arquivo baixado, o servidor, o programa utilizado e diversas
outras variáveis.
Para realizar um teste mais preciso, recomendamos a execução do
Teste de Velocidade do Baixaki.
É importante se lembrar de fechar todos os programas, interromper
qualquer download e atualização, evitar o uso de redes wireless e
repetir o procedimento diversas vezes para obter resultados mais
confiáveis.
Uma vez na página de verificação, basta clicar em “Iniciar Teste”
para que nosso aplicativo verifique as taxas de download e upload da sua
conexão. Os resultados obtidos são informados em megabits, por isso
você precisa dividir o total por 8 para saber quais são as taxas máximas
de transferência da sua conexão.
A operadora é obrigada a oferecer o mínimo
Descobrir tudo isso é muito importante, pois você não fica iludido
com a esperança de baixar nada com velocidades absurdamente altas.
Contudo, devemos salientar que existe outro detalhe a ser observado
nessa história.
Durante todo o tempo, falamos apenas das velocidades máximas que sua conexão pode atingir. Entretanto, sua operadora é
obrigada a garantir
apenas 20% do contratado, ou seja, se sua internet é de 10 megabits, a
velocidade máxima será 1,25 MB/s, mas a companhia de banda larga só tem a
obrigação de garantir downloads a 250 KB/s.
Conforme as últimas notícias, todas as operadoras deverão aumentar
esse mínimo com o passar dos anos, sendo que logo ele vai ser de 40% e,
depois, de 60%. Todavia, vale ressaltar que manter esses mínimos não vai
deixar sua conexão mais rápida, pois seu máximo não será alterado.